sexta-feira, 4 de janeiro de 2013



Esse tempo, que de tempo em tempo, faz-me entender que de nada e para nada o serve...
Aprendi com Dali, quando em sua imagem o fez derreter...
Esse inútil passar das horas que distanciam-nos, 
Queria faze-la parar, só não sei quando.



Eu queria agora, sim, exatamente nessa hora
Nessa hora amarga da impossibilidade
Queria a calma e a serenidade do campo
No lugar dessa grande agitação
Trocaria o salto pisando no asfalto por passos descalços...
Não sei onde,
Poderia ser, quem sabe, onde não houvesse horas
Onde o tempo fosse infinito, ou parasse talvez
Onde acontecesse uma coisa por vez
Trocaria as buzinas pelos belos cantos dos pássaros
Que sem se importar com o que há por vir
Quem sabe, assim me encontraria
Saberia desvendar esse mistério que sou
Ou talvez não desvendasse,
Mas certamente
Entenderia o mistério de ser.



Encontrei no mais belo sorriso, aquele sorriso largo
Aquele que não se mede
Encontrei a tristeza
Sim, ela estava ali
No mais profundo do seu olhar
Não negues, não mintas pra mim,
Sei que sabes, sua mente não li
Não tenho esse poder
Não posso ir além de mim
Mas saibas, enfim
Do maior dos poderes que possuo
Dediquei-o a ti, no mais profundo
Da arte de descobrir
Esse poema escrevi. 


Onde haja som, onde haja luz, onde haja pássaros...